quinta-feira, 14 de maio de 2009

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Valdemar José Correia Barbosa Rodrigues


Valdemar J. Rodrigues
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Prof. Valdemar J. Rodrigues
Nome completoValdemar José Correia Barbosa Rodrigues
Nascimento6 de novembro de 1965 (59 anos)
Cós (Alcobaça)AlcobaçaPortugal
Morte
ResidênciaGouveia (Sintra)São João das Lampas, concelho de Sintra
NacionalidadePortugal Português
Alma mater
Ocupaçãoex-engenheiroprofessor/investigador no ensino superior
Principais trabalhosDesenvolvimento sustentável:uma introdução crítica (Parede, Principia:2009); Ortogal - Diálogos na curvatura do tempo (Lisboa: Chiado Editora, 2013, ISBN 978-989-51-0746-9,...
PrémiosPrémio Revelação de Poesia Ary dos Santos 1993
Página oficial
http://www.valdemar-rodrigues.blogspot.com/

Valdemar José Correia Barbosa Rodrigues (6 de Novembro de 1965) é um ex-engenheiro e ex-professor universitário português, prof. adjunto no ISEC desde 2016/2017, natural de Cós (Alcobaça), freguesia do concelho de Alcobaça, filho de José Barbosa Rodrigues, f. 2003, natural de Cós (Alcobaça), e de Maria Manuela Roxo Correia, f. 1978, natural da freguesia de São Sebastião da Pedreira, concelho de Lisboa, ambos escriturários.

Nota biográfica

Valdemar Rodrigues nasceu a 6 de Novembro de 1965 no Hospital da Confraria da Nossa Senhora da Nazaré, no Sítio da Nazaré. Por possibilidade jurídico-legal foi registado em Alcobaça, terra que assim veio a ser a da sua naturalidade, ao invés da Nazaré. Viveu até aos 12 anos de idade na aldeia de Cós (Alcobaça), antiga povoação dos Coutos de Alcobaça, terra dos seus avós paternos. Em 2003 regressou a essa aldeia, nela tendo fundado em 2004, com a sua mulher Raquel, também natural de Cós (Alcobaça), o Bazar das Monjas de Coz, projecto cultural privado que manteve uma actividade cultural intensa até 2009, em particular em defesa do património cultural da freguesia[1][2], onde sobressai o muito desprezado Mosteiro de Santa Maria de Cós, durante vários séculos monastério feminino da Ordem de Cister. Em Agosto de 2009 o Bazar das Monjas de Coz suspendia as suas actividades. Revelara-se um projecto algo utópico, desde logo porque privado e independente, depois porque cultural, o que aparentemente tende a causar grande incómodo às entidades oficiais a quem cabe zelar pela cultura e pelo património cultural das localidades.

Da escola primária à universidade

Ainda com os mapas do Portugal Ultramarino nas paredes da Escola Primária de Cós, nela concluíu em Julho de 1974 a antiga 4ª classe (fez as 4 classes em apenas 3 anos, tendo passado da 1ª para a 3ª classe). Fez o Ciclo Preparatório na Ala Sul do Mosteiro de Alcobaça onde então funcionava a escola preparatória. Fez exames nacionais no 2º ano do ciclo preparatório. O 7º ano de escolaridade fê-lo em Tomar, no Colégio Nun'Álvares de Tomar, no ano em que a sua mãe viria a falecer (Março de 1978). Daí passou para o Colégio de S. Miguel[3] , em Fátima, onde viria a concluir o 9º Ano. Depois de alguns meses atribulados no Colégio de S. Teotónio, em Coimbra[4], começou a trabalhar em 1981 numa cerâmica em Valado dos Frades e, depois, numa loja de pronto-a-vestir em Alcobaça, onde foi praticante de balcão de 1º ano. Em 1983 concorreu a um lugar de fiel de armazém da COOPSPAL -Cooperativa de Consumo da SPAL – Sociedade de Porcelanas de Alcobaça, onde pouco tempo depois se tornou encarregado geral, aí ficando até 1986. Foi durante este período que fez, como trabalhador-estudante, o então Curso Complementar dos Liceus e o 12º ano de escolaridade, em regime pós-laboral, na então Escola Técnica de Alcobaça (hoje Escola Secundária D. Inês de Castro). Entrou para a universidade em Outubro de 1986 para o curso de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde ainda chegou a realizar uma disciplina. Concorreu novamente ao ensino superior no ano lectivo seguinte (1987/1988), tendo obtido colocação no curso de Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, onde em 1992 viria a concluir a sua licenciatura, com média final de 16 valores. Em 1994 foi pai de uma menina, a Teresa, e em 2013 avô de outra menina, a Clara. É casado desde Outubro de 2000 com Raquel Maria Marques Romão.

Fornação académica

Valdemar J. Rodrigues é Doutor em Engenharia do Ambiente pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL, 2003)[5], Mestre em Ecologia, Gestão e Modelação dos Recursos Marinhos pelo Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa (IST/UTL, 1993-1997)[6] e Licenciado em Engenharia do Ambiente pela FCT/UNL (1987-1992).

Actividade científica e profissional

Desenvolveu e coordenou actividades de investigação científica na área do ambiente e do desenvolvimento sustentável, entre 1991 e 2007, no Centro de Estudos em Economia da Energia, dos Transportes e do Ambiente (CEEETA)[7]. Tem cerca de meia centena de artigos publicados em actas de conferência e revistas nacionais e internacionais de referência, sendo autor de seis capítulos de livros publicados internacionalmente e co-autor de quatro livros dedicados à temática da sustentabilidade[8]. É autor do livro "Desenvolvimento sustentável: uma introdução críítica" publicado pela Editora Principia em 2009[9]. Foi, entre 1998 e 2000, assessor do Ministério do Ambiente português, onde colaborou com a (então) Direcção-Geral do Ambiente (DGA) na elaboração dos Relatórios de Estado do Ambiente de Portugal, na elaboração do REA de Macau em 2000, ano da transição para a administração territorial chinesa (elaborou os capítulos sobre energia e transportes), sendo co-autor da primeira proposta para a criação de um Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentáve para Portugal[10][11], publicada pela primeira vez em 1998 pela DGA, que foi um dos trabalhos que esteve na base da elaboração da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável. Participou no Projecto ExternE – Externalidades dos ciclos dos combustíveis, realizado no âmbito do programa JOULE para a ex-DGXII (Ciência, Investigação e Desenvolvimento) da Comissão Europeia; nas fases preparatórias do Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) e no projecto do INOFOR para o Estudo prospectivo, perfis profissionais e diagnóstico de necessidades de formação do sector/domínio de actividade do Ambiente[12]. Com Teresa Ribeiro coordenou, entre 1994 e 2001, as equipas nacionais de investigação no âmbito dos projectos europeus SEER II - Institutional Adjustments to Sustainable Development Strategies[13] e SEER III – Sustainability, Locality and Democracy: Community Identity in the Sustainability Transition[14], ambos financiados pela ex-DGXII da Comissão Europeia, o segundo deles no âmbito do programa Ambiente e Clima da CE. Entre 1995 e 2007 foi também responsável pela gestão e acompanhamento ambiental de um conjunto de grandes projectos e obras públicas em Portugal, designadamente o Projecto de Travessia Ferroviária Norte-Sul (PTNS), a Estação de Metropolitano do Terreiro do Paço e as obras de reabilitação do Túnel ferroviário do Rossio, em Lisboa. Foi nesse contexto que publicou em 1999, em co-autoria com os engenheiros Luiz Briz e António Pedro de Jesus, a primeira referência técnica escrita sobre Acompanhamento Ambiental de Obras em Portugal, numa comunicação incluída nas Actas da 6ª Conferência Nacional sobre a Qualidade do Ambiente, com o título “Gestão e acompanhamento ambiental de obras: o caso da obra na Margem Sul do Projecto de Travessia Ferroviária Norte-Sul”[15]. Foi, entre Agosto de 2004 e Abril de 2005, Gestor do Ambiente do Projecto de Alta Velocidade Ferroviária em Portugal (vulgo projecto do TGV) tendo, após esse breve período, resignado ao cargo para o qual a empresa holandesa Holland Railconsult BV (actualmente Movares BV) o contratara, devido a divergências fundamentais com a portuguesa RAVE - Rede Ferroviária de Alta Velocidade, publicamente assumidas[16], quanto à estratégia ambiental e de gestão global do projecto[17]. Foi membro do júri da 17ª edição do festival Internacional de cinema ambiental da Serra da Estrela (CineEco 2011)

A "carreira" de professor universitário: uma história digna de ser contada...

Foi, até 20 de Setembro de 2016, professor na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT) de Lisboa, onde vinha leccionando desde o ano de 200018 , tendo entrado para a instituição como assistente e abandonado-a com a categoria académica de Professor Associado. Foi Director nessa Universidade, entre 2009 e 2013, dos cursos de Licenciatura e Mestrado em Engenharia do Ambiente ministrados pela Faculdade de Engenharia da ULHT, integrando ainda o corpo docente do Instituto Superior de Gestão onde colaborou, entre 2010 e 2012, no Mestrado em Gestão da Energia. Acedeu em 2013 ao convite para integrar o Centre for Interdisciplinary Development and Research on Environment, Applied Management and Space (DREAMS), unidade de I&D da ULHT da qual em Março de 2015 ainda era responsável o Prof. João Corte-Real, professor catedrático da Univ. de Évora, mas onde nunca chegou a desenvolver qualquer actividade de investigação. Pediu a demissão dos cargos de direcção de cursos na Univ. Lusófona em Setembro de 2013, após ter manifestado por diversas vezes, nos órgãos próprios da universidade, a sua discordância com a "gestão do dossier Relvas", e com o facto de os custos materiais e morais dessa "gestão" estarem a ser sobretudo suportados pelos professores e alunos, reflectindo-se na degradação geral das condições para um ensino de nível univesitário. Acresceu o facto de, ao fim de 15 anos de serviço ininterrupto na ULHT, e após ter assumido cargos de direcção de cursos, continuar na condição de "prestador de serviços", pago à hora, em função do número de alunos inscritos a cada disciplina, alunos que, para a administração da ULHT, passaram a partir de 2012 a contar como "alunos inteiros" apenas se e quando inscritos à totalidade de UCs do semestre, ou seja, a 30 ECTS. Após a sua demissão ter sido finalmente aceite, em Novembro de 2013, continuou, até Maio de 2014, a assegurar a docência das unidades curriculares das quais era regente. Os "subsídios" de férias e Natal que lhe haviam sido pagos regularmente até 2012, desde então nunca mais foram pagos. Sindicalizado desde 2005, inscrito no SNESUP, viu até Março de 2014 as suas quotas sindicais serem-lhe mensamente descontadas pela COFAC, CRL - a cooperativa titular da ULHT. Subitamente, a partir de então não mais lhe foram feitos os descontos. Denunciou em Julho de 2014 a situação insustentável vivida na ULHT à autoridade competente - a [http://www.ige.min-edu.pt IGEC Inspecção Geral da Educação e Ciência] - baseando-se no seu caso particular e no dos cursos que dirigiu e onde leccionou, dando conta das constantes ingerências da administração da COFAC, nomeadamente através do então administrador-adjunto Manuel José Damásio - que pouco tempo depois dizia ao jornal Público não falar em nome da Lusófona - em assuntos do foro científico e pedagógico dos cursos, o que punha em causa o princípio da autonomia científica e pedagógica das faculdades e dos seus órgãos competentes nessa matéria: os Conselhos Científicos e Pedagógicos. Denunciou ainda a situação degradante de muitos professores com doutoramento que, com responsabilidades pela regência de unidades curriculares e pela obrigatória investigação, recebiam mensalmente quantias irrisórias, em muitos casos de poucas centenas de euros, e viam o seu trabalho limitado pela falta de condições e equipamentos laboratoriais, situação agravada pela circunstância de estarem dem causa não só licenciaturas mas também mestrados. Estranhamente, em Junho de 2017 ainda não lhe tinha sido comunicada qualquer decisão por parte da ACT, para onde a IGEC decidiu remeter a sua queixa, considerando-a um "assunto laboral". Visto isso, em Junho de 2016 interpôs, após a Segurança Social lhe ter deferido o pedido de apoio judiciário, um processo no tribunal do trabalho de Sintra contra a entudade instituídora da ULHT (a COFAC CRL), reclamando os créditos laborais e a existência de um vínculo laboral entre si e a COFAC, pelo menos desde 2003. Perdeu totalmente a causa, após julgamento e sentença proferida em Maio de 2017. Percebeu - ao fim de 17 anos! - que, segundo a "verdade jurídica", afinal podia dar aulas quando, onde e como quisesse (se o tivesse sabido antes a vida ter-lhe-ia sido seguramente bem mais fácil); percebeu finalmente que não era um "trabalhador", porque a "verdade jurídica" é outra e é simples: a universidade não tem trabalhadores! O seu espírito na hora contorceu-se de tanta luz, e também de surpresa pelo facto de, afinal, o seu caso, ao contrário do que afirmara a IGEC, não ser "laboral". Era o quê então? Ora, talvez epifenómeno, singularidade elementar da "ciência jurídico.pedagógica" em Portugal. Como corolário, compreendeu também (finalmente) que o "trabalhador independente" é, na verdade, uma impossibilidade jurídica (ou, em latim, como tanto gostam os nossos jurisconsultos/jurisconsultores, uma impossibilitatem iuris.) Pois ou se é trabalhador ou não se está "juridcamente subordinado" ao patrão e, como tal, é-se independente deste. As duas coisas ao mesmo tempo é que não, pelo menos para a maioria sã das mentes que trabalham e que não ganham a vida a "desdobrar" conceitos. Mais vale tarde do que nunca, e nunca é tarde de mais para aprender! - dir-se-á com razão. Estranho mesmo é haver por aí tanta gente a falar de uma "impossibilidade jurídica", incluindo a amabilíssima "autoridade tributária". Mas compreende-se. Não é certo que também há tanta gente por aí que fala de pontos, rectas e triângulos quando na verdade o ponto, a recta o triângulo para "nós" não existem? Para "nós" habitantes da Caverna (de Platão) que neste "mundo sensível" mais não vemos do que sombras das formas puras reflectidas? Já relativamente ao sindicato SNESUP, que a dado momento lhe propõs, por carta registada com AR, que tratasse de pagar as suas quotas, sob pena de expulsão do sindicato (e isto dado que a COFAC deixara de o fazer em Março de 2014, como antes se referiu), há apenas a dizer que, estranhamente, após ter reclamado de tal postura "sindical", permanecia membro do sindicato ainda em 14 de Junho de 2017... Aprender, aprender, aprender sempre! Da "justiça" aguarda-se o habitual: que ela mergulhe - isto se não o fez já, como há quem suspeite - e que volte daí a nada "refrescada", bem à maneira do "pato de Goethe". O que foi lá foi, e o que interessa mesmo é, agora e sempre, o futuro. Sempre a ***** do futuro como cantava o José Mário Branco no seu FMI, esse futuro sobre o qual Keines também profetizava que nele o mais certo é estarmos todos mortos.

Em Setembro de 2016 decidira rescindir o contrato de "não-trabalho" com a COFAC/ULHT. Procurando manter-se na "carreira" de professor do ensino superior, contactou várias instituições em Portugal e uma no Brasil, a UNIVATES (Lajeado, no estado do Rio Grande do Sul) onde esteve e com a qual chegou a celebrar um contrato que, por razões de saúde, não viria a poder cumprir. Ao fim de várias tentativas e hipóteses equacionadas, decidiu aceitar a proposta do ISEC - Instituto Superior de Educação e Ciências para aí colaborar como docente (professor Adjunto, agora devidamente colectado nas finanças como "trabalhador independente", em regime de prestação de serviços) dos seus cursos, nomeadamente Engenharia da Protecção Civil e Energias Renováveis e Ambiente. Foi professor visitante da Universidade de Ciências Aplicadas de Munique onde em 2017 leccionou um curso de Verão sobre avaliação e monitorização da qualidade do ar interior.

Sintra, 14 de Junho de 2017

Incursões pelas artes

Colaborou assiduamente no DN Jovem quando tinha entre 21 e 25 anos de idade ou seja, entre os anos de 1986 e 1991, tendo convivido nesse suplemento literário do Diário de Notícias com gente que viria depois a ganhar nome no mundo das letras nacionais, por exemplo José Eduardo AgualusaJosé Riço DireitinhoJoaquim Cardoso DiasJosé Luís Peixoto ou António Manuel Venda, entre muitos outros. Neste período ganhou por diversas vezes os prémios semanalmente atribuídos, tendo sido um dos autores representado na Antologia DN Jovem[18], colectânia dos melhores textos publicados no suplemento literário, obra publicada em 1990 pela editora do Diário de Notícias, a Editorial Notícias.[19]

Entre Setembro de 2008 e Julho de 2009 foi comentador residente no programa semanal Um Olhar Sobre a Semana, na Rádio Cister (Alcobaça).

Prémios literários e distinções

  • 1989 - Menção honrosa do Prémio de Poesia Bocage, atribuído pela Associação de Municípios do Distrito de Setúbal, com a obra "Elogio do Ser Imóvel"[20];
  • 1990 e 1991 - Vencedor do Prémio Literário Carpe Diem, atribuído pela associação alcobacence com o mesmo nome, às obras "Elogio do ser Imóvel" e "Poemas Fractais"[21]
  • 1993 - Vencedor do Prémio de Revelação de Poesia Ary dos Santos 1993, atribuído pela Câmara Municipal de Grândola e Associação Portuguesa de Escritores à obra "Fractal"
  • 2008 - Menção Honrosa do Prémio cidade do Funchal/Edmundo Bettencourt, atribuído à obra "Um Nome para a Poesia"

Informações sobre estes prémios - incluindo imagens e notícias da imprensa - podem ser consultadas aqui

Notas

  1.  «Anúncio da criação em, 2007, do Prémio de Revelação Artística D. Benta de Aguiar(PRADBA) língua=». Consultado em 12 de Julho de 2013
  2.  «Anúnio, a 7 de Junho de 2008, dos vencedores do PRADBA 2007língua=». Consultado em 2 de Agosto de 2013
  3.  http://www.csmiguel.pt/web/
  4.  http://www.steotonio.pt/site/index.php
  5.  «Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência»archive.is. 2 de agosto de 2013
  6.  Rodrigues, Valdemar Jose Correia Barbosa; Neves, Ramiro Joaquim de Jesus (1997). Universidade Técnica de Lisboa. «Modelacao ecologica e da qualidade da agua em zonas costeiras utilizando a aproximacao lagrangeana». Lisboa
  7.  http://www.regie-energie.qc.ca/audiences/3526-04/MemoiresParticip3526/Memoire_CCVK_79_ExternE_Portugal.pdf
  8.  http://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=5822578839047125
  9.  http://principia.pt/desenvolvimento-sustentavel-loja.html
  10.  http://www.apambiente.pt/index.php?ref=19&subref=139&sub2ref=503
  11.  Gomes, M. L.; Marcelino; M. M.; Espada, M. G.; Ramos, T.; Rodrigues, V. (2000) Proposta para um Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável. Direcção Geral do Ambiente - Direcção de Serviços de Informação e Acreditação.
  12.  http://opac.iefp.pt:8080/images/winlibimg.exe?key=&doc=28230&img=168
  13.  http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/09644019708414313#.UfxMKdxdZjo
  14.  http://books.google.pt/books?id=tPImQ7eeaLsC&pg=PT6&lpg=PT6&dq=rodrigues+direitinho+globalisation&source=bl&ots=_ONveA8R8a&sig=C30fWqlXps31wLcqSWYOfqP3-YM&hl=pt-PT&sa=X&ei=WGn8UZiuGMKQ7AaBsID4BQ&ved=0CC0Q6AEwAA#v=onepage&q=rodrigues%20direitinho%20globalisation&f=false
  15.  «Ver referência na p. 7 da revista» (PDF). Consultado em 9 de Julho de 2013
  16.  http://www.publico.pt/ciencia/noticia/alcobaca-continua-a-discutir-e-a-criticar-a-passagem-do-tgv-pelas-suas-terras-1319434
  17.  http://www.oesteonline.pt/noticias/noticia.asp?nid=16981
  18.  Antologia DN Jovem, Lisboa: Diário de Notícias, 1990, 407 pp.
  19.  Cf. texto de Valdemar Rodrigues "As Três Idades" in Antologia DN Jovem, pp. 397-401, Lisboa: Diário de Notícias.
  20.  Cf. notícia do prémio dada no Jornal A Capital, de 5 de Janeiro de 1989. Na foto, Valdemar Rodrigues é o primeiro da esquerda
  21.  Notícias dos prémios dadas, entre outros, nos jornais Região de Leiria, ed. de 31-08-1990, e A Voz de Alcobaça, ed. 31-12-1991)

Ligações externas


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terça-feira, 12 de maio de 2009

Álbum de Recordações Literárias & Artísticas

É inevitável no ofício de escrever haver muita coisa que se perde. Acho mesmo que é desejável que assim aconteça, pois de certo modo isso liberta-nos. Ademais, há em todas as nossas vidas uma espécie de fase infantil da escrita. É quando escrevemos poemas e cartas de amor, ou seja, aquelas cartas a que Pessoa chamava ridículas. Por serem demasiado íntimas ou literariamente frágeis, essas coisas convém que fiquem guardadas num lugar à parte. Não são portanto essas coisas que este postal aqui visa, mas antes o registo factual de alguns momentos que foram o produto de um certo "amadurecimento intelectual", seja lá o que fôr que isso significa.

Do capítulo das minhas "recordações literárias" faz parte a passagem pelo DN Jovem quando tinha entre 17 e 25 anos de idade, bem como o período posterior, até cerca de 1994, em que esporadicamente concorri a alguns prémios literários nacionais.Tirando as minhas edições de autor, nunca publiquei nenhum livro de poesia. Uma das razões foi talvez a de me terem perdido o rasto aqueles que poderiam estar, na época, eventualmente interessados em publicar-me. Mesmo assim acho que não. Portugal é um país de poetas e eu vim a ser, apenas e acidentalmente, português. Fazer poesia não é um objectivo de vida: é fado; é como um respirar que, enquanto é, não se pode evitar.
Lembranças dos Prémios Literários
Não sei ao certo a quantos prémios literários concorri, tendo-o feiro unicamente na modalidade de poesia. Não foi seguramente mais de uma dezena. Tenho alguns contos publicados, e textos como é o caso de As Três Idades, publicado em 1990 pela Editorial Notícias na sua Antologia DN Jovem. Mas a prosa nunca me atraiu tanto como a poesia. Nunca me aventurei por exemplo a escrever nenhum romance ou novela. Se o fizesse não chegaria aos calcanhares de um Lobo Antunes, por exemplo, e por isso quando penso num romance ou novela, opto por lê-lo.
(carregue para descarregar o texto As Três Idades)

Elogio do Ser Imóvel, Distinção do Prémio Bocage 1989;
(Jornal A Capital, 5 de Janeiro de 1989; carregue sobre a imagem para ampliar)


- Prémio Carpe Diem 1990;
(Jornal Região de Leiria, 31-08-1990; carregue sobre a imagem para ampliar)
(Revista Carpe Diem, nº 0, Ano I, Inverno de 1992; carregue sobre a imagem para ampliar)

- Poemas Fractais, Prémio Carpe Diem 1991
(Jornal A Voz de Alcobaça, 31 de Dezembro de 1991; carregue sobre a imagem para ampliar)

Fractal, Prémio de Revelação de Poesia Ary dos Santos, 1993. Guardei boas memórias da cerimónia de entrega, de um jantar com o Presidente da Câmara de Grândola, Fernando Travassos, e de uma noite muito agradável numa colectividade local, em vésperas de eleições autárquicas.



- Um Nome para a Poesia, Menção Honrosa do Prémio Cidade do Funchal/Edmundo Bettencourt 2008.




O fascínio pelo Teatro
Há ainda nestes períodos um projecto no qual me envolvi enquanto membro dirigente da AEFCT (Associação dos Estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNL) entre 1989 e 1991 e que me foi extremamente grato e marcante. Era então presidente da Associação o eborense Mário Figueira, nuna direcção pela primeira vez eleita após anos sucessivos do incansável "José Carlos", o "rapaz das fotocópias", que vinha desempenhando abnegadamente essa função desde meados da década de oitenta. Cheguei ao pé dele e propus-lhe organizar um Curso de Teatro para os estudantes da Faculdade. Ele concordou e eu empenhei-me então a fundo no projecto, tendo conseguido obter para ele os necessários financiamentos, vindos em partes quase iguais do Instituto Português da Juventude e da Fundação Calouste Gulbenkian (na altura foram cerca de 3 mil contos!, o que era fantástico para uma Associação de Estudantes do Superior com pouca ou nenhuma experiência nestas coisas). Foi aí que conheci o actor Mário Viegas, a quem convidei para assumir a coordenação artística do curso de teatro (estava então o Mário Viegas no Politeama a representar "Fim de Festa" de Samuel Beckett, e comigo esperaram por ele no camarim a Maria João Simas, a Sandra Caeiro e, salvo erro, o grande madeirense e meu amigo Tomás Barros Ramos).
Iniciado o curso, que contemplava as várias disciplinas da arte dramática,como por exemplo as máscaras (de que foi professor o magnífico Filipe Crawford), e ainda um conjunto de seminários abertos a toda a escola, durante os quais tive oportunidade de conhecer pessoalmente, entre outros notáveis da nossa cultura, a inesquecível Natália Correia, o brilhante maestro e comunicador António Victorino d'Almeida, o encenador Filipe La Féria, o sonoplasta Pedro Laranjeira, a actriz Maria do Céu Guerra, e o actor, encenador e dramaturgo Helder Costa. Os registos fotográficos desses eventos não os tenho infelizmente, e julgo que o nosso incansável fotografo à época, o enérgico Luís Miguel Nunes, terá já perdido esses negativos, entre as centenas de fotografias que na altura fazia, mas que jamais conseguia relvelar, por insanável falta de "tempo". A fotografia digital ainda não tinha chegado, e todos sabemos como o "tempo $" escasseia quando somos estudantes...
O curso de teatro, que teve mais de uma centena de inscritos, foi acompanhado até ao seu término pelo meu colega de engenharia do ambiente Rui Frazão, que a ele se dedicou de forma exemplar e apaixonada. Houve uma representação final em Almada pelos alunos do curso, a que infelizmente não pude assistir por razões pessoais. Mas soube pelo Rui Frazão que correra tudo muito bem, graças ao apoio, entre outros, do encenador almadense Joaquim Benite.
O que ficou deste primeiro curso foi certamente o gérmen do teatro numa escola de ciências e tecnologias. Perdi depois o rasto às pessoas e aos formandos desse primeiro curso. Iniciara a minha carreia profissional, como engenheiro do ambiente, ainda em 1991, e o tempo e as viagens exigiam demasiado de mim. O que sei é que o vírus ficou desde então, e dele não existe melhor prova do que o NNT, O Novo Núcleo de Teatro da AEFCT. Parece-me ter valido a pena.
Devaneios pela Pintura

Nunca aprendi Pintura e sempre fui um verdadeiro desastre no Desenho. Sucedeu porém que sempre me fascinaram as cores e as imagens, bem como as biografias dos grandes pintores europeus cujas obras gosto de admirar nas muitas visitas que vou fazendo a museus e centros de exposições um pouco por todo o lado. E talvez por isso tenha pegado pela primeira vez, em 1982, num pincel, num pedaço de madeira e numas bisnagas de óleo que comprara (a que preço naquele tempo!) na papelaria do sr. José Carvalho, em Alcobaça. E tenha começado a espalhar as cores, procurando dar algum significado ao que ia pintando.

Linhas humanas - I
Acrílico e betume da Judeia sobre tela, 40x40cm, 2013

 Linhas humanas - II
Acrílico e betume da Judeia sobre tela, 50x70cm, 2013

 Ligações
Acrílico sobre tela, 65x55 cm, 2008

Casa assassinada
Acrílico sobre tela, 40x40 cm, 2013

A engrenagem
Acrílico sobre tela, 100x81cm, 2007, Colecção de Teresa Filipa Rodrigues



Os gatos
Acrílico sobre tela, 100x80 cm, 2018, Colecção pessoal da dra. Mariana Ferreira


Wedding
Acrílico sobre tela, 100x88cm, 2018, 
Colecção pessoal da dra. Mariana Ferreira

s.n-
Acrílico sobre tela, 40 x 40 cm, 2017
Colecção do dr. Paulo Salazar


O pianista
Acrílico sobre tela, 100x60 cm, 2018, Colecção do dr. Paulo Salazar
~
O grito do grito, 2020, óleo e acrílico sobre tela, 65 x 92 cm,
colecção pessoal do dr. Paulo J. Salazar

O Burburinho, 2024, acrílico sobre tela, 95 x 65 cm,
colecção pessoal dos drs. Inês Ferreira e Dan Tofan

Desencontros, 2024, acrílico sobre tela, 100 x 70 cm,
colecção pessoal de Raquel Rodrigues

Cidade Nova, 2015, Óleo sobre tela, 100 x 81 cm,
colecção pessoal de Raquel Rodrigues


"Fragmentação", 2024, 160 x 95 cm, téc. mista óleo e acrílico
Colecção particular do dr. Paulo J. Salazar

"Smart city", 2025, 100 x 60 cm, téc. mista óleo e acrílico
Colecção particular eng. Gerard Bailey


O projecto cultural do Bazar das Monjas de Coz

Sempre desejei poder viver na terra onde nasci, uma pequena aldeia com uma grande história situada nos arredores de Alcobaça. Cós ou Coz é o seu nome, e nela vivi até aos doze anos de idade. Nela fiz, ainda antes da Revolução dos Cravos, os exames da 4ª Classe, que na altura decorriam em dois dias. Escrevi em 2007 um pequeno texto sobre Cós que podem ler aqui. Em 2004 surgia, depois de uma série de acontecimentos trágicos, a oportunidade de realizar o sonho. À minha mulher, a Raquel Romão, a quem recentemente falecera a mãe, e a mim próprio, ainda abalado pela morte ainda mais recente do meu querido pai, conveio o destino que tivéssemos a possibilidade de desenvolver em Cós um projecto cultural privado, o Bazar das Monjas de Coz, apostado na defesa e valorização do riquíssimo património histórico e cultural da freguesia onde ambos nascêramos. Criámos em 2007 o PRADBA, o Prémio de Revelação Artística D. Benta de Aguiar, em homenagem a uma das abadessas mais importantes do Mosteiro de Santa Maria de Coz, cuja primeira edição foi um enorme sucesso. Aberto entre Maio de 2004 e Julho de 2009, ou seja, durante mais de cinco anos, o Bazar das Monjas viria a suspender as suas actividades desde então. A história do Bazar das Monjas, bem como aquela que, desde 2000, vivi em Alcobaça, representou uma experiência sociológica de grande relevo, e que decerto me marcará para o resto dos meus dias.
Doutorado desde 2003 em Engenharia do Ambiente, residi em Alcobaça e Cós durante estes dez anos (de 2000 a 2009) sem nunca aí (ou em qualquer outro local do Distrito de Leiria) ter exercido qualquer actividade profissional, o que tentei por mais do que uma vez. Vi-me então forçado a concluir que os meus conhecimentos profissionais não faziam qualquer falta nem ao Concelho nem ao Distrito, nem mesmo à Freguesia, à qual mais do que uma vez ofereci graciosamente os meus serviços para ajudar a resolver alguns dos seus problemas ambientais. O Sr. Álvaro Santo, presidente da Junta, nunca poderá negar isto à minha frente. Durante dez anos caminhei para Lisboa, diariamente de início, depois com cada vez menos frequência (à medida que as oportunidades de trabalho iam rareando, em parte devido à "crise" económica, e em parte devido à distância, que me colocava fortes limitações orçamentais, e de tempo) até que, em 2008, me restavam apenas algumas horas de docência universitária, distribuídas por um ou dois dias na semana. Com um ordenado ilíquido de pouco mais de 800 euros, 250 dos quais ficavam "na estrada" em gasóleo e portagens, para não falar do desgaste do carro (ir para Lisboa de autocarro ou comboio esteve sempre fora de questão, pois leccionava turmas pós-laborais, e à noite, como é sabido, não há infelizmente alternativas de transporte público); com uma filha a estudar no ensino secundário, e com a minha mulher limitada aos "rendimentos do Bazar" (na realidade, o Bazar causava-nos um prejuízo mensal constante, já que na maioria dos dias a "caixa" não ia além dos 20 euros, e havia todos os meses que pagar electricidade, segurança social, contabilista, etc., etc.), a situação começava a tornar-se insustentável.
A partir de bem cedo passei a olhar para a minha vida "alcobacense" e "cosense", e para as contingências várias, em regra desagradáveis, que se lhe iam associando, como uma espécie de "experiência sociológica da ruralidade", um curso verdadeiramente avançado de formação "no terreno", que me permitiu aprender imenso sobre a natureza humana, sobre a falácia dos romantismos ligados à beleza da "aldeia" e da "vida rural" (coisas que, em teoria, eu já conhecia, por exemplo de alguns contos que lera do magnífico José Cardoso Pires), e sobre a realidade económica, social e política locais. Tratou-se de uma narrativa destinada a convencer-me de que tinha valido a pena ter feito o que fiz e passado pelo que passei, e a forma racional de tentar viver com a situação. É por isso que digo que, depois desta "experiência", me orgulho hoje de possuir o conhecimento necessário para compreender as exactas razões do atraso económico e político de Portugal. Convenço-me que poucos saberão do assunto tanto quanto eu., sendo certo que paguei pela aprendizagem um preço bastante elevado...
Alguns, mais benévolos, acusar-me-ão de ser demasiado orgulhoso. Tipo "Aquele gajo, quem é que ele julga que é!?" Obviamente tais criaturas não me conhecem, e sinceramente não me interessam. O povinho que anda pelas ruas das "nossas aldeias" é o mesmo que se diverte pela calada da noite a matar os cães dos "vizinhos" (não perdoarei à besta humana que matou o meu cão Gulliver, que ainda resistiu uma vez, mas que à segunda sucumbiu à dose de veneno ministrada) É desta forma que o "povo da aldeia," "bonzinho por natureza", agradece aos "filhos da terra" que só lhe quiseram bem. Todas as obras que fizemos, e que ainda foram bastantes, bem como o emprego que gerámos durante todo esse tempo, tiveram sempre por base a mão-de-obra local. Não esquecerei por isso os múltiplos vexames por que a minha mulher, a minha filha e eu passámos durante esse tempo. Se isto é ser "orgulhoso", então o que será viver com dignidade? Aturar alcoólicos "bonzinhos por natureza" que nos empestam as casas de banho de merda e mijo (literalmente); que nos vomitam no chão enquanto riem alarvemente; que nos acordam, a meio da noite, com algazarras e gritos, e que bebem sem sequer pagarem o que beberam, não é bucolismo algum. Experimentem e logo vêem o que estou a dizer. Não me interessam opiniões de quem nunca teve, ou tem, qualquer experiência semelhante à minha. O mínimo que se pedia era pois que as ditas "entidades públicas locais" reconhecessem o nosso trabalho, ao invés de o invejarem grosseiramente e de, em silêncio, tentarem fazer de conta que ele nunca existiu. Não esquecerei, por exemplo, a boçal tentativa de apagamento da memória que foi a exclusão dos nossos nomes e das referências ao Bazar das Monjas na página de Cós da Wikipedia, por nós próprios criada em 2006. Não foi nenhum bêbedo ignaro que fez isso. Obviamente tratou-se de gente com "outros estudos"...
Várias vezes durante esse tempo perguntámo-nos: que mal fizemos nós a esta gente!? E não encontrámos resposta, porque simplesmente nunca fizemos mal nenhum, muito pelo contrário. Não ficámos a dever um centavo a ninguém que para nós tenha trabalhado, e pegámos sempre a pronto, em numerário, e generosamente. Nunca me importei de ajudar alguém a pesquisar algo na Internet que nós pagávamos, a preencher um impresso, ou mesmo a fazer um curriculum vitae. Tal como a minha mulher nunca se fez pagar pelas múltiplas visitas que guiou ao Mosteiro, ou pelas inúmeras vezes que assistiu gente em dificuldades da Freguesia. (Ela não sabe disto que estou aqui a escrever, pois o "orgulhoso" sou eu e não ela, felizmente...) Descobri portanto, com um saber amargo de experiência feito, que as ditas "entidades públicas" são corrompidas a partir da base, a partir do "zé povinho" das sardinhadas e das castanhas com água-pé, e não pelos políticos que acima delas actuam e que delas se aproveitam. É de "baixo" e "de pequeno" que começam a corrupção e a desonestidade. Quanto teriam pago alguns sociólogos por estes ensinamentos da "experiência"...
Mas nada que a teoria não me tivesse já ensinado, ao ler a História de Portugal que vai pelo menos desde Camões a Jorge de Sena. Ao fim de 10 anos de "experiência sociológica" regressei portanto a Lisboa (donde, a bem dizer, nunca devia ter saído), praticamente falido mas muito mais lúcido e mais sábio. Aprendemos ao longo de toda a vida. Agora, quando ouço falar dos atrasos do país e da corrupção, já não sinto qualquer estranheza, ou mesmo exaltação da vontade. Um ano depois de ter deixado a terra onde nasci, e para onde fui viver erradamente convencido de que podia ajudar a melhorá-la, sinto apenas tristeza e melancolia. E pena daquele pequeno pedaço de terra que herdei do meu avô, onde não me deixaram construir uma casa... por causa do "PDM", embora houvesse uma vivenda de cada lado dele, e uma estrada municipal à sua frente. Para alguns neste país, os que são enteados, a lei é mesmo para ser cumprida.
Textos publicados no DN Jovem
Ficam aqui, ao acaso, alguns dos textos em prosa e poesia que consegui conservar até hoje e que foram publicados no DN Jovem, entre 1988 e 1991. Para os ampliar, carregue sobre eles.